Neste domingo, 8 de junho, a Casa de Vovó Dedé deu um passo ousado e transformador com a estreia do programa de TV Moda Avante, transmitido pelo canal TVDD no YouTube. Mais que um novo conteúdo audiovisual, o projeto marca o início de uma escola de confecção comunitária, voltada à formação profissional e geração de renda para mulheres da periferia de Fortaleza.
Com apoio do SindRoupas, IEL/CE, SENAI, FIEC e Sebrae, a iniciativa une moda, audiovisual e impacto social em uma ação inovadora. A estreia, apresentada pela comunicadora Thais Cunha, lançou luz sobre profissionais que fazem a moda acontecer longe dos holofotes: costureiras, modelistas, estilistas independentes, maquiadores, cabeleireiros, designers têxteis, fotógrafos, produtores de desfile e técnicos de acabamento e logística.
Um novo olhar para os bastidores da moda
O programa estreou com uma proposta clara: mostrar a moda como ela realmente acontece – nos bastidores, nos pequenos ateliês, nas oficinas e nos estúdios da periferia, onde a criatividade encontra a realidade.
Em vez do glamour das passarelas, o Moda Avante trouxe para o centro do palco as pessoas e os processos que normalmente ficam invisíveis. A estreia contou com a participação de nomes importantes da moda local e nacional, como:
- Márcia Travessoni – jornalista e empresária referência em moda e comportamento;
- Joel Ponciano – dono de agência de modelos e incentivador de novos talentos;
- Marcos Montenegro – fotógrafo de moda com trajetória consagrada;
- Josenia Júnior – estilista com forte identidade autoral;
- Os fundadores da marca Pena Surfwear, símbolo de empreendedorismo cearense;
- Paula Baiuco – comunicadora e empreendedora da moda com foco em impacto social.
Cada convidado compartilhou suas histórias, desafios e conquistas, compondo um mosaico inspirador sobre o que é fazer moda no Brasil de verdade – com esforço, criatividade e superação.
Da TV para a vida real: começa a formação em costura
Mais do que conteúdo audiovisual, o Moda Avante marca o início de um movimento de transformação concreta. A partir da parceria com SindRoupas, IEL/CE, FIEC/SENAI e Sebrae, a Casa de Vovó Dedé vai iniciar, ainda este ano, uma escola de costura e confecção comunitária, instalada dentro da própria instituição.
O foco será a capacitação de mulheres da comunidade, em especial mães de alunos atendidos pela Casa, para atuação no mercado da moda, seja como colaboradoras qualificadas ou empreendedoras autônomas. Os cursos incluirão técnicas de costura, modelagem, acabamento e noções de gestão e empreendedorismo, com suporte do Sebrae para formalização de pequenos negócios.
A proposta é formar uma rede de produção local, impulsionando o empreendedorismo feminino, a autonomia financeira e a valorização de talentos locais, muitas vezes invisibilizados pelo sistema formal de ensino e trabalho.
Compromisso com quem constrói a moda
Para Paulo Rabelo Pinheiro, presidente do SindRoupas, o projeto é um divisor de águas na forma como a moda é pensada no Ceará:
“O SindRoupas acredita profundamente que a moda tem um poder transformador – não só de imagem, mas de vidas. Estarmos ao lado da Casa de Vovó Dedé, do IEL/CE, do SENAI e do Sebrae nesse projeto é mais que uma parceria institucional: é um compromisso com a inclusão, com a capacitação e com a valorização de quem constrói a moda no dia a dia, muitas vezes longe dos holofotes.”
A apresentadora Thais Cunha reforçou o papel do Moda Avante como espaço de reconhecimento:
“O Moda Avante é muito mais que uma série de entrevistas: é um espaço de fala, de protagonismo e de futuro. É sobre mostrar quem está por trás das roupas que vestimos, das ideias que movimentam o setor e das mãos que costuram sonhos todos os dias.”
Três décadas de transformação social
Com mais de 30 anos de atuação, a Casa de Vovó Dedé segue inovando e criando soluções criativas para os desafios sociais da periferia. Reconhecida por seu trabalho com música, arte, cultura, educação e gastronomia, a instituição agora amplia seu campo de atuação com o Moda Avante, integrando formação técnica, produção audiovisual e empoderamento feminino.
O projeto surge como uma ponte entre o talento invisível e as oportunidades visíveis. Uma resposta direta às necessidades reais da comunidade. Um convite para ver a moda não apenas como estilo, mas como ferramenta de inclusão e transformação.